terça-feira, 3 de abril de 2012

Vivendo na "Fobópole": Mais 600 câmeras vão vigiar a Grande Vitória

Na última segunda, 2 de abril de 2012, o jornal A Gazeta publicou reportagem sobre a instalação de mais de 600 câmeras para "vigiar" a Grande Vitória. A forma alarmante como os meios de comunicação retratam a violência mas sem uma análise profunda de suas causas, propaga a sensação do medo constante, da cidade noticiada como sempre insegura, o que o geógrafo Marcelo Lopes de Souza conceituou como a "fobópole".
O Estado anuncia como solução a curto prazo para o problema instalação de centenas de câmeras VIGIANDO as pessoas e transformando a cidade num verdadeiro BBB... e que poderá conduzir num futuro não tão distante ao controle total da vida dos cidadãos em nome de nossa própria segurança.

Mais 600 câmeras vão vigiar a Grande Vitória

O videomonitoramento nas ruas da Grande Vitória deve ser ampliado até o final do ano com mais de 600 novas câmeras em Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana. A maior parte delas será concentrada em áreas de vulnerabilidade social, especialmente nas que já contam com o programa Estado Presente, do governo estadual. A medida faz parte de um pacote que deve ser anunciado pelo Estado.
Os equipamentos devem ser instalados até julho, e as prefeituras ficarão responsáveis pela manutenção. Outras câmeras devem ser instaladas em Vila Velha, Vitória e Cariacica com recursos próprios das prefeituras.
O subsecretário estadual de Segurança, Guilherme Pacífico, revelou que as centrais de monitoramento serão interligadas ao Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes).
As câmeras devem ser semelhantes às usadas em Vila Velha, operadas numa mesa de controle e com alcance médio de 1,2km. "A localização está em estudo, mas vamos priorizar praças, escolas e lugares de grande movimentação", ressaltou Pacífico.
Segundo o secretário de Defesa Social de Vila Velha, Ledir Porto, a implantação do sistema, aliada à integração com a polícia, ajudou a reduzir a criminalidade nas áreas monitoradas em até 80%.
O secretário de Defesa Social da Serra, José Carlos Carneiro, diz que o município espera 150 equipamentos, mesmo número de Cariacica, segundo o secretário de Cidadania dessa cidade, José Luís Oliveira. Já na Capital, a expectativa é por 100 aparelhos, como antecipou, em março, o secretário municipal de Segurança Urbana, Alcemir Pantaleão.    

Pacote inclui sistema que detecta som de tiro
Outra ação que está prevista no pacote de segurança a ser anunciado pelo governo do Estado é o audiomonitoramento. "É um sistema que detecta quando há um disparo de arma de fogo", explicou o subsecretário de Segurança Pública, Guilherme Pacífico.
Ele revelou que a licitação para os equipamentos começa a ser realizada neste mês. Segundo o subsecretário, o investimento no pacote de segurança gira em torno de R$ 10 milhões.
A expectativa é reduzir a criminalidade nas áreas monitoradas. "É um projeto que está ligado a uma moderna metodologia de integração do poder público. Em cada central, teremos um policial que vai ajudar a garantir a pronta resposta", ressaltou.

Serra fará novo estudo em comunidades para combater violência
Um novo estudo sobre a violência nos bairros com maior índice de criminalidade será feito pela Prefeitura da Serra. A intenção é mapear as características de cada região e, assim, traçar ações diretas que ajudem a mudar a realidade dessas comunidades.
Ao todo, serão avaliados os bairros Novo Horizonte, Cidade Continental, Jardim Limoeiro, Chácara Parreiral, São Geraldo, São Diogo I e II, Central Carapina, Jardim Carapina, Jardim Tropical e Carapina.
"Esses locais foram apontados como os de maior risco social tanto pelo mapa do crime da Polícia Militar quando pelo levantamento feito pela prefeitura e apresentado ao governo federal", diz o secretário de Defesa Social da Serra, José Carlos Carneiro.
O estudo será financiado com recursos captados junto à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), no total de R$ 240 mil. Com a pesquisa – que vai levar em conta as estatísticas dos crimes e o trabalho de campo realizado pela empresa a ser contratada – serão feitos os diagnósticos da violência.
"A ideia é conseguir traçar ações diretas, construir um perfil da criminalidade, que vai nos orientar à melhor forma de agir", diz Carneiro. A empresa que fará o estudo será escolhida até a semana que vem e iniciará os trabalhos em um mês. "Queremos agir com os projetos nos bairros ainda neste ano", frisa o secretário.

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