Apesar do crescimento econômico do Brasil nos últimos anos, o desemprego ainda é uma realidade para significativa parcela dos brasileiros, sobretudo para os mais pobres e com limitada qualificação profissional. Nesse contexto, muitos cidadãos buscam no trabalho informal condições para sobreviver nas cidades, como "flanelinhas" e camelôs. Esses trabalhadores enfrentam no seu cotidiano grandes desafios, desde a ação do poder público com o seu discurso de "planejar o espaço" (que significar, na verdade, "limpeza" da cidade) aos preconceitos sofridos e difundidos pela grande mídia. Na matéria abaixo, mais uma vez, os camelôs são vistos como um problema da cidade. Em nenhum momento é questionado os reais motivos que levam ao crescimento do trabalho informal em nossas cidades.
Camelôs avançam por calçadas em Vitória
Barraca tem padrão, mas ambulantes "ampliam negócios"
03/05/2012 - 22h35 - Atualizado em 03/05/2012 - 22h35A Gazeta
fgoulart@redegazeta.com.br
A regra que define o padrão das barracas para o comércio de ambulantes em Vitória já está valendo há mais de um ano. Ainda assim, as irregularidades não acabaram. No Centro da Capital, os vendedores têm dado um jeitinho de fazer seus produtos atraírem os olhos dos clientes, mesmo que, para isso, os pedestres sofram.
Em frente à Praça Oito – reduto tradicional de camelôs –, muitos ambulantes criam espaços para que expor seus produtos além dos 2 metros de largura e um 1,30 metro de profundidade permitidos em suas barracas. Até mesmo as abas na cobertura – que podem ter até 30 centímetros – viram cabides para que bolsas, CDs e sandálias sejam pendurados.
A determinação de não obstruir a circulação de pedestres também está longe de ser cumprida. Na área próxima ao ponto de ônibus, passageiros disputam espaço com clientes e comerciantes em pleno horário de pico.
Ampliação
Em outras regiões do bairro, a cena repete-se. Na Praça Getúlio Vargas – onde se tentou implantar um camelódromo – e no Parque Moscoso, apesar de as barraquinhas padrão existirem, os ambulantes insistem em "ampliar seus negócios". É possível encontrar, até mesmo, quem ainda não se padronizou.
O contador Alexandre Freitas acredita que a falta de uma fiscalização mais rigorosa é a razão para o problema persistir. Já a comerciante de uma lanchonete – que prefere não se identificar – conta que a situação já foi pior, mas as barracas "gigantes" na porta de seu estabelecimento seguem espantando clientes.
Kleber Frizzera, secretário de Desenvolvimento da Cidade de Vitória, garante que a fiscalização é feita diariamente, mas a prefeitura tem preferido o diálogo. "Ainda não retiramos a licença de ninguém. Procuramos avaliar cada caso. Sabemos das dificuldades deles", afirma.
Leia matéria na integra: http://migre.me/8Yx7R
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente e contribua com o diálogo...