segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Especialistas em planejamento urbano e ambientalistas divulgam moção de repúdio contra PDM de VV

Especialistas em planejamento urbano, ambientalistas, sociedade civil e parlamentarem participam na tarde deste sábado, na Escola Vasco Coutinho, no Centro de Vila Velha, para o seminário "Vila Velha: Os rumos do desenvolvimento"

27/08/2011 - 18h11 - Atualizado em 27/08/2011 - 18h11
gazeta online -

Um seminário realizado em Vila Velha na tarde deste sábado (27) para discutir as mudanças do novo Plano Diretor Municipal (PDM) resultou na elaboração de um documento que repudia a condução das alterações por parte do Executivo da cidade.

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Especialistas em planejamento urbano, ambientalistas, sociedade civil e parlamentares participaram , na escola Vasco Coutinho, no Centro de Vila Velha, do seminário "Vila Velha: Os rumos do desenvolvimento". A proposta era discutir as consequências das modificações do PDM, que vai possibilitar a criação de pólos industriais na área rural do município.

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"O documento é uma moção de repúdio à ilegalidade na forma como foram tratadas as mudanças no PDM por parte da Prefeitura. Não houve discussão ampla com a sociedade por parte do Executivo municipal", disse o vereador João Batista Babá (PT).

Em recente entrevista à Rádio CBN, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Vila Velha, Harlen da Silva, afirmou que, para as mudanças, foram considerados mapas das áreas de proteção ambiental e os terrenos foram avaliados de modo a não influir nas áreas de proteção.

Entenda

Entre as principais mudanças no PDM da cidade está a alteração do zoneamento de parte da área rural do município. Atualmente, 60% da área total de Vila Velha são consideradas rurais. A ideia é transformar 7% dessa área em zona urbana para a instalação de indústrias.

Os vereadores aprovaram o Projeto de Lei que permite as mudanças em julho. Em seguida o prefeito Neucimar Fraga (PR) sancionou o projeto, mesmo com recomendação do Ministério Público Estadual (MPE) para que o vetasse.


Fonte:
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/08/a_gazeta/minuto_a_minuto/946790-seminario-gera-documento-repudiando-conducao-do-pdm-em-vila-velha.html

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mobilidade na GV: Prof Arlindo Villaschi (UFES) aponta erros do passado e possibilidades do Aquaviário de Vitória

publicado em 11 de agosto de 2011 por Cristina Moura (www.seculodiario.com.br

Aquaviário: para Villaschi, usuário deve lutar
por transporte de qualidade com integração

O professor de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Arlindo Villaschi entende que o sistema aquaviário de transportes de passageiros é uma solução plausível, mas que não se pode cometer o mesmo equívoco do passado, em se conectar somente à visão empresarial. A ideia é promover a integração com o sistema rodoviário e lutar pela implantação de um transporte público de qualidade. “A tecnocracia atrapalhou. Dou a mão à palmatória, pois não conseguimos envolver o empresariado do setor de ônibus”, lamentou.
Villaschi é um dos idealizadores da implantação do sistema aquaviário na Grande Vitória. Ele reconhece que, nos anos de 1972 e 1973, durante o governo Élcio Álvares, a consequência dos investimentos em petróleo em nível federal colaborou para a implantação de diversos meios de transporte, inclusive o aquaviário. Houve conflitos diversos de interesses, tanto na esfera pública quanto na privada. Nos últimos meses, o assunto voltou a ser debatido no meio político.
De acordo com uma alteração que ocorreu na Lei 3.693/1984, em janeiro de 2010, a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) está autorizada a contratar o serviço de transporte hidroviário, mediante concessão. A alteração viabiliza juridicamente a reestruturação do sistema aquaviário, dentro da lei que rege o Sistema de Transportes Urbanos da Aglomeração Urbana da Grande Vitória.
No momento político atual, segundo Villaschi, a tônica deve ser a de se proporcionar mais opções ao usuário. Para ele, nos últimos oito anos, o ponto de discussão que deveria ser o de “transporte público de passageiros” como um todo saiu da agenda. “Cada vez mais, a sociedade se prepara para facilitar o uso de automóveis. O transporte público de passageiros ainda é precário”, apontou.
Na avaliação de Villaschi, o transporte aquaviário é um exemplo que ocorre em outros estados e que poderia tranquilamente acontecer no Espírito Santo, pois polui menos e o custo é quase zero. O problema é que mexe com o “status quo” e as autoridades não estão colocando como prioridade. “O automóvel está sufocando a cidade, assim como o cigarro nos pulmões dos indivíduos”, comparou.
Villaschi aconselhou que, se o Estado quiser ser contemporâneo, deve pensar os meios de transporte como parte inteligente de um sistema público. O turismo é um foco que poderia ser também explorado pelo sistema aquaviário, dadas as belas condições geográficas onde está inserida a Grande Vitória. Bicicletários seriam também opções alternativas para desafogar o trânsito.
Para o professor de Economia, a tarifa integrada é uma conquista que o usuário tem que valorizar. O BRT (Bus Rapid Transit) ou corredor exclusivo para ônibus, assim como o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou metrô de superfície, podem ser absolutamente complementares.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Os bairros da Grande Vitória onde ônibus é um artigo de luxo

Quem mora em bairros da periferia da Grande Vitória, onde há poucos coletivos, passa por um sufoco. Para não perder a hora no trabalho, o jeito é acordar mais cedo ou, até mesmo, andar quilômetros

Wilton Prata - NOTÍCIA AGORA

Todos os dias, a auxiliar de serviços gerais Roseli de Fátima, 42 anos, sai de casa de madrugada  e vai caminhando da parte alta do bairro Jardim América, em Cariacica, até o ponto de ônibus na BR 262 para pegar um coletivo e  ir  ao trabalho, em Vitória.

Apesar de morar a menos de um quilômetro do Terminal do Transcol de Jardim América, na região onde mora, há apenas uma linha que passa de hora em hora e na parte baixa do bairro.

Assim como ela, milhares de pessoas que moram em bairros da periferia da Grande Vitória, onde há poucos ônibus,  passam por uma verdadeira via- crúcis, todos os dias, para andar de transporte coletivo. São comuns casos de pessoas que caminham até quatro quilômetros para conseguir pegar um ônibus; ou que esperam horas e horas no ponto para tentar entrar em um coletivo  que, geralmente, passa lotado. 
Auredalto Araújo, 29 anos, entrevistado sobre a qualidade do transporte coletivo da Grande Vitória
Auredalto Araújo, 29 anos, mostra a qualidade do transporte da Grande Vitória - foto: Vitor Jubini

"É perigoso andar sozinha de madrugada, mas vou fazer o quê? Preciso estar no trabalho às 6h e a primeira viagem da  linha 736, que passa perto da minha casa, só sai às 5h50min. Não temos muitas opções", conta Roseli.
Já a corretora de seguros Sueli Silva, 40 anos, chega a esperar uma hora no ponto para pegar a linha 801, única que passa em Valparaíso, na Serra. Com a falta de opções, ela precisa caminhar cerca de 30 minutos até a Avenida Central, em Laranjeiras, em busca de outros coletivos.


Na zona rural de Vila Velha, a situação é ainda pior

Se está difícil a situação para quem precisa pegar ônibus na área urbana, imagine para os que moram na zona rural. Na região de Xuri, em Vila Velha, as pessoas chegam a andar quatro quilômetros para ter mais opções de coletivo, já que, dependendo da linha, a espera chega a quatro horas.

"Andar de ônibus aqui é complicado. O jeito é pegar carona com os conhecidos ou ir caminhando até Morada da Barra, para pegar um coletivo mais rápido. É preciso rezar para não passar mal de noite, pois, depois das 20h não há mais ônibus nessa região",  disse a moradora Vera Lúcia da Boamorte, 55 anos.

A secretaria de Transporte e Trânsito de Vila Velha, que gerencia o sistema municipal,  informou que, por mês, apenas 290 passageiros da área rural utilizam o ônibus. Ou seja: cerca de 10 passageiros, em média, por dia. Como a demanda é baixa, não foi identificada necessidade de aumento da oferta de ônibus. A linha 061 da Sanremo atua na região há 15 anos. A região é atendida ainda pelo Sistema Transcol.


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