14/06/2011 por Ruslana Barbosa Alves
O Prefeito Sérgio Vidigal e o Governador Renato Casagrande comemoram a assinatura do convênio |
O Prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, e o Governador Renato Casagrande assinaram nesta terça-feira (14), às 8 horas, no Centro Comunitário de Laranjeiras, um convênio para o repasse, por parte do Governo, de R$ 44 milhões para a obra de revitalização da região de Laranjeiras. O valor total das obras de ultrapassará R$ 80 milhões.
A obra compreende a revitalização do bairro, abertura de novas avenidas, sua ligação aos principais eixos viários da Serra e a expansão da área de comércio da região, além da humanização das principais vias.
“A obra será feita em etapas e vai reestruturar profundamente a região. Parte da obra depende de desapropriações, que já estão em andamento”, afirmou a Secretária de Desenvolvimento Urbano, Ana Márcia Erler.
A obra compreende a revitalização do bairro, abertura de novas avenidas, sua ligação aos principais eixos viários da Serra e a expansão da área de comércio da região, além da humanização das principais vias.
“A obra será feita em etapas e vai reestruturar profundamente a região. Parte da obra depende de desapropriações, que já estão em andamento”, afirmou a Secretária de Desenvolvimento Urbano, Ana Márcia Erler.
Leia matéria completa: http://www.serra.es.gov.br/portal_pms/ecp/noticia.do?evento=portlet&pAc=not&idConteudo=23964&acao=proc&pIdPlc=&app=
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Até bem pouco tem atrás, a Serra não chamava atenção do mercado imobiliário. Era considerado o município dos loteamentos irregulares e dos conjuntos habitacionais do BNH. Nas décadas de 1970, 1980 e 1990, o mercado imobiliário verticalizou o centro de Vitória, a orla da capital e de Vila velha. A apropriação do espaço urbano pela atividade imobiliária seguiu o litoral e o rastro dos investimentos em infraestrurra realizados pelo poder público nesses pontos e setores específicos das cidades.
Na Serra, com a reestruturação do transporte público, Sistema Transcol e Terminais, Laranjeiras foi se transformando. Tornou-se o principal centro terciário do município. A emergência dessa centralidade estimulou a valorização dos terrenos no entorno do bairro e consolidação da atividade imobiliária através de condomínios verticais e horizontais. Os investimentos públicos constantes nessa parte da cidade e novos empreendimentos imobiliários contribuíram para a consolidação e reforço desse centro terciário.
Nesse momento, a prefeitura e o governo firmam uma parceria para “revitalizar” Laranjeiras. Para continuidade da viabilidade da cidade como negócio, seja para o consumo de mercadorias, seja como condição para o capital imobiliário, o poder público produz espaço: mais vias, desapropriações, mudanças no trânsito...
O discurso é de que tais mudanças beneficiaram a todos os “serranos”. Não entendemos assim. Esses investimentos públicos na produção do espaço visam criar as condições para a reprodução da cidade como negócio. Intensifica-se a valorização fundiária e imobiliária em alguns pontos da cidade, e ao mesmo tempo, falta infraestrutura básica em grande parte da cidade. Tais ações beneficiam o mercado imobiliário e, com isso, a supervalorização de terrenos potencializa-se e a exclusão socioespacial se acirra.
Será que esses mais de R$ 80 milhões não seriam mais bem investidos de outra maneira, levando-se em consideração as necessidades da população como um todo? Esse projeto foi de fato debatido pela população “serrana”?
Postado por Thalismar
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